Todo cuidado é pouco

Medidas de conservação lembram que edificações têm vida útil

Ações de manutenção garantem a segurança e valorização dos empreendimentos

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postado em 07/08/2017 14:06 / atualizado em 07/08/2017 14:16 Jessica Almeida /Estado de Minas

Megarome/Divulgação

Em 1998, o Edifício Palace II, no Rio de Janeiro desmoronou com 44 apartamentos porque um dos pilares de sustentação do prédio estava danificado. Oito pessoas morreram soterradas e 150 ficaram desabrigadas. Há cinco anos, também no Rio de Janeiro, o prédio Liberdade desabou e 22 pessoas foram mortas. Dois anos antes, em 2011, em Belém, o Edifício Real Class, de 35 andares, em fase final de acabamento, desabou deixando 20 vítimas. Desastres como esses são causados por um conjunto de fatores, mas dois são apontados como principais responsáveis: erros na execução do projeto e problemas estruturais. Mas uma variável impossível de deixar de fora da equação desastrosa é a falta de manutenção das edificações.

Tão importante quanto a revisão de um veículo, a manutenção das edificações vem do lembrete de que nenhum empreendimento é eterno. Pelo contrário, tem vida útil e dimensão pensadas para um fim específico. A falta da manutenção, é claro, expõe a edificação ao risco de falhas, o que, dependendo da proporção, pode causar de dores de cabeça e desvalorização do imóvel, até tragédias.

Ao conjunto de serviços que mantêm o empreendimento conservado e todos os seus componentes em pleno funcionamento, dá-se o nome de manutenção predial. As ações de conservação devem incluir todos equipamentos e áreas em uso do condomínio. As ações de manutenção são fundamentais para garantir durabilidade e prevenção de qualquer dano futuro.

Três grupos compõem o conjunto de ações de conservação de imóveis: preditiva, para problemas que possam acontecer, preventiva, para problemas que vão acontecer, e corretiva, para problemas que já aconteceram. “Em quase sua totalidade, os condomínios fazem uso da manutenção preventiva e/ou corretiva e podem ser feitas por pessoal próprio do condomínio ou terceirizadas com empresas especializadas”, salienta Victor Antar, diretor de engenharia no Grupo Vegus.

De acordo com a norma técnica NBR 5674-1999, é obrigatório para todo condomínio possuir um Programa de Manutenção Preventiva. “Existem várias maneiras de realizar a manutenção. Para equipamentos de uso esporádico, recomendo a revisão pelo menos uma vez ao ano. Os de uso contínuo exigem mais atenção, então o ideal a manutenção trimestral”, recomenda Victor Antar. E complementa: “Apesar de não existir uma regra específica para a periodicidade, todas as máquinas possuem um tempo de vida útil e prazo de garantia. Dessa forma, é fundamental estar atento e garantir seu bom funcionamento”.

"É preciso averiguar cada pequena coisa" - Eduardo Campos, vice-presidente da Construtora Emccamp
Quando um apartamento está para ser entregue, a Construtora Emccamp fornece, além das chaves, manuais de orientação dos condôminos. O conteúdo aborda desde o que é um condomínio e a convivência nele até os passos das manutenções necessárias e a periodicidade de cada uma: diária, quinzenal, semestral, anual. “É preciso averiguar cada pequena coisa. Por exemplo, averiguar alguns descolamentos de pintura, como aqueles que vemos bastante nos prédios. Se ocorrer, é necessário verificar a causa, corrigir e recuperar para que não deteriore uma área maior. E isso deve ser feito sempre. Os manuais explicam isso e o condômino vai tendo controle”, relata Eduardo Campos, vice-presidente da empresa.

BENEFÍCIOS

“Os cuidados também são importantes para que o empreendimento continue sendo valorizado e objeto de desejo. Se você vai em um lugar limpo, agradável, com tudo em dia, você gasta mais tempo ali, o que é mais interessante no caso dos imóveis comerciais”, lembra Evandro Negrão de Lima Jr, presidente da incorporadora May Mall e vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon MG). Ou seja, a valorização do imóvel é consequência da manutenção em dia.

A própria conservação e os cuidados com o patrimônio já são benefícios em si. “O aspecto visual de um prédio bem cuidado gera valorização do imóvel. O contrário só trará prejuízos, como queda de valor no mercado, dificultando a possibilidade de comercialização futura por um bom valor”, explica Victor Antar, do Grupo Vegus. *Estagiária soba a supervisão da editora Teresa Caram

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