Espaço para todos

Projetos da construção civil devem contemplar sempre os preceitos da acessibilidade

Facilidade de acesso garante conforto e segurança

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postado em 08/01/2018 15:30 Augusto Pio /Estado de Minas
Beto Novaes/EM/D.A Press

Transitar pelo condomínio, local de trabalho, lojas e departamentos públicos continua sendo um desafio para quem necessita de espaços acessíveis. Embora a palavra acessibilidade pareça um conceito útil apenas para aquelas pessoas que têm algum tipo de deficiência física, o tema não se resume apenas a uma parcela restrita da população, que sofre com o problema. É preciso entender que a acessibilidade é importante para todos, principalmente quando se trata de construção civil.

Juliana Cordeiro, diretora da Insight Arquitetura, ressalta que é difícil se esquecer de que qualquer um pode se beneficiar de uma construção com acessibilidade em algum momento da vida. “Se perdermos os movimentos por acidente ou doença, mesmo que temporariamente, sentiremos na pele o efeito disso. Até mesmo o interior de ambientes, que deveriam ser projetados para acolher, são construídos ou reformados sem considerar as facilidades de acesso”, lamenta a arquiteta.

A arquiteta esclarece que o alcance aos espaços e aparelhos urbanos, embora assegurado pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, vigente desde 2008, acaba sendo, em muitos casos, restritivo. Juliana salienta que, para projetar empreendimentos comerciais, há toda uma lógica a ser considerada se a empresa é de varejo, atacado ou indústria. “O sentido da construção passa pela funcionalidade e acessibilidade. Não discuto com o cliente se ele prefere roxo ou amarelo, mas da acessibilidade não abro mão em meus projetos”, garante.

CIRCULAÇÃO ADEQUADA

Juliana conta que, em lugares frequentados por crianças, é necessário ter muito cuidado com as chamadas “quinas vivas”. “Se houver fluxo de idosos - isso também vale para residências -, é recomendável armários e prateleiras instalados em nível mais baixo. Da mesma forma, é preciso ter atenção na distribuição hidráulica e elétrica. Assim como acredito que uma estrutura mal pensada poderá trazer desconforto e insegurança, aquela que for planejada de forma profissional, contemplando todas as necessidades dos frequentadores, contribuirá para a transformação das pessoas”, explica.

"Se perdermos os movimentos por acidente ou doença, mesmo que temporariamente, sentiremos na pele o efeito disso. Até mesmo o interior de ambientes, que deveriam ser projetados para acolher, são construídos ou reformados sem considerar as facilidades de acesso" - Juliana Cordeiro, diretora da Insight Arquitetura

Juliana conta que, recentemente, a Insight Arquitetura colocou à prova a sua vasta experiência em projetar ambientes corporativos funcionais. O escritório ofertou ao Instituto Mano Down - ONG voltada para estimular a autonomia de pessoas com síndrome de Down -, um projeto arquitetônico para adaptar a casa onde hoje funciona a entidade, no Bairro Alto Barroca, Região Oeste de Belo Horizonte.

 “O espaço foi redesenhado para se tornar mais apropriado às atividades inclusivas e para as famílias que frequentam o lugar. A doação feita a uma ONG foi por acreditar que não é por ser filantrópica que uma instituição deve ser simples e improvisada. Uma gestão inteligente percebe que atrair recursos junto a apoiadores e investidores é mais fácil quando o local é atraente e funcional para o seu público”, esclarece a arquiteta.
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